domingo, 18 de janeiro de 2009

Momento décimo quarto

Agora as manhãs são sempre próximas em conteúdo. Despertar; remexer os cabelos, negros, longos, cheirosos, por suposto; ir até a cozinha; beber um copo de água; espreguiçar-se outra vez, mãos para o alto, braços longos tensionados, axilas traçadas a mão por Rodin; boca apertada, em coração, suculenta; olhos grandes, expressivos, puxados de leve nas pontas, dizentes.

Senta-se com graça no sofá da sala. Recosta a cabeça. Descansa, mira o
teto, fecha os olhos, sonha. Em menos de cinco minutos está de pé outra vez. Camiseta regata branca, muito justa no corpo; calcinha branca; nádegas em forma estilizada de músculo cardíaco; pernas longas, muito lisas, prontas para o que vier; pés direto no chão. Veste-se. Pega uma fruta, sempre mais ou menos esférica: maçã, pêssego, pêra, ameixa; anota alguma coisa em um pequeno Moleskine vermelho, recheia a bolsa com um porção de envelopes, ora brancos, ora pardos, e sai.

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